Notícia - 24/12/2019 às 18:36:30
UMA LONGA HISTÓRIA
SÉRIE DE ENTREVISTAS COM MAURICIO PAZ - HENRIQUE SORTICA
Por MAURÍCIO RABAIOLLI PAZ
,
Maurício Paz (Foto: Maurício Paz)
Sobre a arquibancada do histórico Ginásio Tesourinha, Henrique Sortica revive uma trajetória de 13 anos, que parece ter durado poucos minutos. Tinha apenas 10 anos quando viu o pai, Jorge Sortica, por conselho do professor Marcio Jose Jost,
construir um campeonato do zero, por pura desorganização de outras
competições. Rondando as mesas de plástico que assistiam à construção de
uma nova história, Henrique logo foi para o gol do Primeiro Toque. E
participou de todas as edições da Copa Sortica até o fim, na categoria
Sub-17.
O talento sob as traves, que lhe garantiu diversas
premiações, não o impediu de ir para a linha. Aos 16 anos, atuou pelo
Atlético Gaúcho e, eventualmente no São Leo. Hoje, dentro de casa,
ostenta cerca de 70 medalhas individuais e de premiações, sendo quatro
vezes campeão no campeonato – duas vezes no futsal e mais duas no
futebol sete.
Mas Henrique só foi conhecer o outro lado, de
verdade, aos 18 anos, quando se integrou com o pai na organização da
copa. A postura grosseira e lacônica aos poucos deu lugar à demonstração
de respeito, que foi reconhecida e recíproca por parte de professores e
árbitros. ‘‘A partir desse momento eu deixei de ser filho do Jorge e me
tornei o Henrique’’, que todos conhecem hoje’’, afirma.
A
longo prazo, viu a mesma característica transcender à competição, com os
valores pedagógicos e educacionais que fundamentam os pilares do
campeonato. Mas nem sempre foi assim.‘‘Antes, a gente tinha que corrigir
alguns comportamentos durante a partida. Hoje, as equipes que entram
aceitam as regras, com toda essa questão educacional’’, ressalta, sem
deixar de citar a evolução técnica da Copa Sortica.
Logo,
Henrique retorna da viagem. Sabe que tem 23 anos. Vê um Tesourinha
eufórico, pronto para a próxima disputa de pênaltis na final da Copa
Sortica. Mas o que poucos veem é o clima amistoso e a amizade entre
árbitros, professores e organização. Foge da câmera, mas impera: ‘‘essa
foto tem que ser com o pai’’. E a registra.