‘‘Muitas crianças que chegam para jogar com a gente não fizeram uma refeição no dia’’, afirma Vera da Rosa, vice-presidente do Torino, que tomou a decisão de promover a empatia.. Ela é uma das responsáveis por mais de 80 crianças - muitas delas carentes - que atuam pela equipe da Restinga.
‘‘O curioso é que a maioria das pessoas acham que a gente é uma escolinha, mas nós somos um projeto social’’. O grande objetivo da voluntária é tirar os jovens, de 13 a 18 anos, das ruas, com ajuda de outros pais. A proposta chamou a atenção da Copa Sortica, que convidou o grupo para participar do campeonato em 2018. A relação se mostrou saudável, com respeito mútuo e honestidade. E, de cara, voaram. A equipe Sub-15 foi campeã na primeira edição, e a Sub-17 chegou na final.
Mas, para Vera, a vitória não é o mais relevante. O olhar de cada jovem quando recebe pela primeira vez algo que nunca teve a oportunidade é mais grandioso. E foi assim em um café colonial na Serra Gaúcha, quando a maioria olhava admirada para tanta comida. A imersão foi tanta que considera o Torino uma família. Não à toa o filho atua pelo grupo no Futebol Sete. No meio do choque de realidade, o momento mais marcante acaba sendo sempre a gratidão nos olhos de cada jovem.
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