Relatório de ocorrência

Aos 15 minutos do segundo tempo, após o try do Pasteur, estava esperando o chutador do Pasteur realizar a conversão e escutei xingamentos vindo da torcida. 

Quando olhei, era a torcida do SPAC que estava em uma tenda ao lado contrário dos bancos de reserva e, posteriormente junto ao alambrado. Segundo os próprios jogadores do SPAC, eram pais de atletas.

Dois homens e uma mulher se dirigiram a mim com as seguintes palavras: "Você é um bandido! Um filho da puta que deveria sair daqui preso!"; "Não adianta olhar para gente, não, você é um bandido! Ladrão!"

Nesse momento parei a partida, chamei o capitão do SPAC e relatei que não retornaria a partida até que essas pessoas se retirassem do recinto. O argumento que o capitão utilizou foi de que não poderia controlar a torcida, porém eu frisei que todo ato de indisciplina de pessoas relacionadas a equipe, é de responsabilidade da equipe, ainda mais se for por questões de segurança da partida. 

Após 10 minutos, o capitão acordou comigo que qualquer xingamento por qualquer membro da torcida, eu poderia terminar a partida. Chamei o capitão do Pasteur, concordamos e retornamos ao jogo. 

Importante ressaltar que o técnico da equipe do SPAC foi solidário a mim, assim como outros jogadores que foram conversar com os torcedores.

Após a partida, estava saindo do jogo e conversando com os jogadores do Pasteur e do SPAC, a mulher que estava me xingando, se aproximava de mim o tempo e ficava me encarando tentando me intimidar. 

Somente para registro, não houve nenhum problema e reclamação durante o jogo pelas equipes, que se comportaram de forma exemplar disciplinarmente através do comando de seus capitães.

Reitero também, que em 15 anos de arbitragem, nunca presenciei uma situação como essa, com xingamentos e ameaças, considerando uma situação MUITO GRAVE dentro do nosso esporte.