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Maurício Paz - Colunista - 05/06/2019 às 20:52:49
SÉRIE DE ENTREVISTAS COM MAURICIO PAZ - MARLOVA BOECK
A Exceção do Apito

Por JORGE SORTICA
PORTO ALEGRE, RS
Mauricio Paz entrevista Árbitra Marlova Boeck (Foto: Mauricio Paz)
A exceção do apito:

Ao realizar o primeiro curso de Futebol, em 2005, Marlova Boeck (37) trilhou um dos maiores desafios de sua vida - fazer parte de um ambiente majoritariamente masculino. Às 9h de sábado, a experiente árbitra dá início à primeira rodada da Copa Sortica de Futebol Sete 2019. Os jogos disputados entre Macabi e Tiger despertam a personalidade da profissional, que demonstra determinação em lances decisivos, tendo em mãos o respeito dos atletas - uma disciplina que vem de longa data.

Marlova conheceu de perto o Futsal em 2008. Dois anos depois, quando iniciou no Futebol Sete, foi uma das árbitras da Copa da Federação de Futebol Sete do Estado. A experiência rendeu frutos, e, em 2011, passou a atuar como uma das principais juízas da Copa Sortica, campeonato ao qual nutre respeito devido ao aspecto pedagógico e ao acirrado espírito competitivo.

Hoje, quando olha para trás, a profissional reconhece que a consagração começou em 2014, quando foi premiada pela primeira vez como Melhor Árbitra da competição, título que se repetiu por mais duas vezes, em 2016 e 2018. O ano também foi marcado por sua integração ao quadro da Confederação Brasileiro de Futsal, que posteriormente foi sucedido pela Associação Mundial de Futsal. 

Marlova ergue as meias e se prepara para o julgamento, que gera repulsa de alguns e gestos de aprovação de outros. O propósito ao assoprar o apito é a precisão e, mais do que tudo, a ética. ‘‘O meu objetivo é sair de quadra com satisfação dos resultados e reconhecimento, porque a gente costuma ser visto como uma máquina. E, sendo mulher, a pressão para não errar é ainda maior.’’ Após o jogo, a árbitra coloca a mochila no ombro, atravessa uma multidão de homens e vai embora.