Fora das quatro linhas

Renan Nunes Tavares carrega uma bagagem nas costas. A longa caminhada esportiva que percorreu não o limita a voltar atrás e ensinar aos mais novos, principalmente quando se trata de futsal. O treinador de 42 anos do Petrópolis atuou até os 39 no profissional, mas sempre fez questão de mostrar aos cerca de 60 jovens com que trabalha os milhares de caminhos fora das quatro linhas.

Para ele, o principal propósito do esporte não é formar atletas profissionais, mas indivíduos com caráter. ‘‘O grande objetivo quando se trata de escolinha de futebol é a formação do cidadão, a transformação da criança. Geralmente há uma chance de 90% de um guri sair de lá como um bom cidadão’’, com espírito coletivo’’, afirma. Com propriedade sobre o assunto, Renan iniciou sua trajetória aos 10 anos, atuando pelas categorias de base do Grêmio. Consolidou sua juventude profissional no Futsal Lindóia, onde jogou até os 16.

Especializou-se no assunto e, associada à vida regrada no futsal profissional, estudou durante 10 anos até garantir a pós-graduação. Na Copa Sortica, a história se repete. Entre encontros e desencontros com a competição, participou pela primeira vez há uma década. E neste ano volta a reencontrá-la, com destaques positivos a suas diretrizes. Renan ressalta a organização do campeonato, voltado à esportividade como princípio, mas sem descartar a competitividade.

O professor pensa. E relembra do momento mais marcante como educador. Certa vez, um ex-aluno que percorreu toda trajetória do futebol até a categoria Sub-17, voltou e fez questão de convidá-lo para a formatura de graduação. A surpresa estava no fim - entre as três pessoas fundamentais para a formação do jovem, lá estava Renan, reunido e homenageado entre os pais do acadêmico. Hoje, o professor faz questão de transmitir conhecimento para alunos que, como ele, pensaram suas vidas com uma bagagem nas costas.