Nas raízes da
Copa Sortica
Entrevista com Diozel Roehrs
Vendruscolo?—?líder do Atlético Gaúcho
O céu nublado de Porto Alegre
indica que irá chover. Sob uma sala cheia de troféus, cones e bolas de futebol
em um espaço de futebol sete na zona norte da Capital, Diozel Roehrs Vendruscolo
(36) aponta para duas taças da Copa Sortica e traz a mais velha, de 2006, data
da primeira edição do torneio. ‘‘Nesta categoria [mamadeira] nós ganhamos sem
goleiro’’, afirma.
A história do Atlético Gaúcho
iniciou apenas um ano antes, no dia 15 de março de 2005, quando, em conjunto com
o sócio ‘‘Bira’’, Diozel criou a escola de futebol. A proposta era ser
diferente. Criar um grupo para ensinar a gurizada a jogar bola, mas sem usar os
três principais jargões dos nomes tradicionais: bola, chute e gol.
A curiosidade é que o início do
Atlético Gaúcho se confunde com a da Copa Sortica. A escola é uma das únicas a
participar de todas as edições do torneio, o que garante boas memórias a Diozel.
‘‘Nas finais de Triunfo em 2011, na categoria Sub-11, faltavam cinco segundos
para acabar o jogo. Eu pedi tempo, fiz algumas alterações e marcamos o gol
faltando três segundos para acabar. Nós ganhamos.’’
Relembrando o histórico dos
alunos, Diozel afirma que não só cidadãos a escola formou. De cara, Diozel
destaca o jogador do Internacional Brenner Alves. Mas ressalta que o mais
importante é ensinar os jovens a jogar futebol: ‘‘Independente de ganhar ou
perder, o nosso objetivo é ensinar a jogar; com bola no chão de
preferência.’’
Ao longo do tempo, a escola de
futebol se consolidou como uma das maiores da Capital, contando com pouco mais
de 250 alunos. Dentro da sala, Diozel aponta para os treinadores do lado de
fora, que comandam os alunos nas quadras, e afirma que cada um tem uma história
no Atlético Gaúcho. De sangue ou de história: ‘‘ Todos que trabalham com a gente
estão ligados, ainda que indiretamente, e tudo aconteceu por acaso.’’ O céu
nublado traz a chuva, mas o treino continua.